De novo na esplanada do café de Perec, espero, em vão como sempre, que passe Catherine Deneuve, que vive na praça. Mas, uma vez mais, ela não aparece. Surpreende-me, um pouco mais tarde, ler na revista Lire que Vargas Llosa também vive nessa praça, tem um dúplex num edifício do século XVIII: "Neste bairro, sinto-me como em casa, É um bairro muito literário. Umberto Eco também vive na praça. Há quinze amos que espero ver Catherine Deneuve, mas ela nunca aparece."
Nesse momento, aparece Deneuve. Fico mudo de surpresa e pergunto-me se, durante um momento, Deneuve não foi ".
DIÁRIO VOLÚVEL, 2006 - Janeiro, pag. 16
Enrique Vila-Matas
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