sexta-feira, 30 de setembro de 2011

DOS POETAS


DAS RAPARIGAS

Outros devem ir por longos caminhos
até aos obscuros poetas;
perguntam sempre a alguém
se não terão visto algum cantando
ou de mãos pousadas em cordas.
Só as raparigas não perguntam
que ponte leva às imagens;
sorriem só, mais luminosas que fiadas de pérolas
guardadas em conchas de prata.

Cada porta das suas vidas abre
para um poeta
e para o mundo.

Rainer Maria Rilke


DA RAPARIGA

malditos poetas, mau caminho, terra e o mundo gosta de alcatrão, mas o mundo tem mundos dentro e portas dentro da porta dos mundo e as raparigas perguntam as respostas sem espelhos, ou espelhos das portas no mundo da porta que a rapariga abre, antes da porta no mundo do espelho apagado na porta de outro espelho... que poeta pode ser o que uma rapariga precisa do mundo, o porta, nada mais, sem espelho, luz ou sombra caídos quando a rapariga não vê a poesia e pergunta ao poema onde está o poeta, em que bolso esconde a chave

Raul Albuquerque

ZOE CHURCHILL

Order (Real or Imagined)

Slipcaste from a disposable paper plate.

domingo, 25 de setembro de 2011

o que se passa quando não se passa nada

‎De novo na esplanada do café de Perec, espero, em vão como sempre, que passe Catherine Deneuve, que vive na praça. Mas, uma vez mais, ela não aparece. Surpreende-me, um pouco mais tarde, ler na revista Lire que Vargas Llosa também vive nessa praça, tem um dúplex num edifício do século XVIII: "Neste bairro, sinto-me como em casa, É um bairro muito literário. Umberto Eco também vive na praça. Há quinze amos que espero ver Catherine Deneuve, mas ela nunca aparece." Nesse momento, aparece Deneuve. Fico mudo de surpresa e pergunto-me se, durante um momento, Deneuve não foi ".




















DIÁRIO VOLÚVEL, 2006 - Janeiro, pag. 16
Enrique Vila-Matas